Um quarto trancado e pensamentos com asas, que voam por entre as armadilhas da mente e tentam a qualquer custo serem expelidos do mundo das ideias para o mundo das opiniões. Tantas coisas rondam e assombram a sua cabeça, pensamentos, ideias, conclusões e devaneios. Em meio a esse mundo tão pequeno e ao mesmo tempo tão imenso ela tenta em vão alcançar o entendimento. Como poderá um ser tão pequeno e insignificante entender as magnitudes e surpresas reservadas e planejadas pelo autor da vida? Quem será ela para tentar desvendar os mistérios que regem os dias? O sol que nasce, o fruto que cai, a noite que vem e dor que se tem... O contorno do mundo, os sistemas humanos; tudo tão milimetricamente planejado, tudo tão bem ensaiado. Como quer ela entender o porquê de tudo, se tudo nem tem um porquê. Ingenuamente pensa que achou todas as respostas, mas vem a vida e muda todas as perguntas. É um instinto humano querer saber o porquê de tudo, querer achar uma razão para todas as coisas; quando percebermos que para tudo e nada há apenas uma resposta, quando entendermos que Deus é Deus; tudo ficará mais fácil e pararemos de andar na estrada da incerteza.
Aceitar. Talvez seja esta a solução. Aceitar que o mundo é mundo desde antes dela nascer; aceitar que tudo tem o seu tempo e que as coisas não acontecem como ela quer. Aceitar a vontade de Deus e se submeter a ela. Aceitar se arriscar sem medo e sem receios; aceitar que Deus faz como,quando e onde ele quer. Aceitar que tudo é passageiro e ao mesmo tempo eterno. Aceitar que nada é em vão, que nada é por acaso. Aceitar que andar na contramão da vida tem o seu preço, mas como toda corrida também tem o seu prêmio. Confiar. Perdoar. Acreditar. Buscar. Arriscar.Ganhar. Chorar. Sorrir. Gritar. Amar... Viver!
* créditos da imagem: Hannah Ramos.
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