sábado, 25 de junho de 2011

Na caixa das lembranças

Pode parecer estranho mas eu tenho uma caixinha de lembranças, na verdade é uma velha caixa de sapato um pouco rasgada que fica em cima do meu guarda-roupa. Uma caixa um pouco esquecida, mas que contém sonhos, momentos, fotos e cartas. Registros de fases da minha vida.
Eu olhei na minha caixa das lembranças, pude vê coisas boas e ruins; pude perceber quais eram meus sonhos antes e quais são eles agora; alguns como ser feliz e ter uma gigante casa de boneca ainda ficaram, mas outros hoje me parecem tão ingênuos, sonhos de uma menina que mal sabia o que a vida lhe reservava, não sabia que ela teria que fazer escolhas tão sérias tão jovem, uma menina sem os dois dentes da frente e maria-chiquinha que sorria por qualquer bobeira, pois não sabia quantas lágrimas a vida ainda iria extrair de sua doce face. Um diário, daqueles com cadeado, onde havia uma escrita um pouco torta e pensamentos tão simples e bobos.
Na minha caixa das lembranças eu pude ver pessoas, pessoas que passaram pela minha vida e nela ficaram e outras que passaram, mas apenas passaram; eu vi pessoas que me decepcionaram e outras que eu decepcionei; eu vi amigos tão distantes e outros tão perto. Eu vi pessoas que eu perdi simplesmente por não estar pronta para tê-las. Eu vi amizades tão puras e ingênuas serem trocadas por coisas que me fizeram tão mal, simplesmente por eu não saber o que era melhor pra mim. Eu vi todas as pessoas que não me deram valor e também aquelas as quais eu não dei valor. Na minha caixa das lembranças eu vi o quanto errei, mas também vi o quanto acertei. Vi os meus sorrisos, a minha conquista, o meu primeiro amor, a minha melhor amiga, o meu único amor, a minha família... A minha caixa das lembranças está cheia, e confesso que não quero esvaziá-la sejam acontecimentos bons ou ruins, foram eles que me fizeram ser o que sou hoje, simplesmente fazem parte da minha história; e por que jogar fora algo tão precioso? 
Hoje, o meu desejo é encher cada dia mais a minha caixa das lembranças. Com sorrisos, lágrimas, conquistas, derrotas, amigos, amores... E lá na frente em um dia como este, vou poder abri-lá novamente e recordar com saudades o que eu era, o que pensava que sou e o que um dia almejei ser.

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